A Câmara Municipal de Hortolândia aprovou, nesta segunda-feira (15), o projeto de lei do prefeito José Nazareno Zezé Gomes (Republicanos) que altera as regras para acesso a empreendimentos habitacionais de interesse social.

A principal mudança é o aumento do tempo mínimo de residência exigido: agora, apenas famílias que comprovarem 15 anos ininterruptos de moradia na cidade poderão participar dos programas.


Regras mais rígidas

Antes da atualização, o prazo era de apenas dois anos, em vigor desde 2009. Segundo a Prefeitura, a alteração busca priorizar famílias que aguardam há mais tempo pela casa própria.

Para se candidatar, é necessário estar inscrito no cadastro da Secretaria Municipal de Habitação.

A lei também define critérios de prioridade, como:

  • famílias removidas de áreas de risco ou em processo de remoção;
  • moradores de áreas passíveis de regularização fundiária;
  • pessoas com deficiência;
  • idosos;
  • servidores públicos municipais.

Regras já existentes seguem válidas, como a renda familiar máxima de até seis salários mínimos e a adesão às diretrizes do Minha Casa Minha Vida – faixa 1.


Déficit habitacional preocupa

De acordo com o Plano Local de Habitação de Interesse Social (2012), Hortolândia tinha déficit de cerca de 6 mil moradias. Desde então, foram entregues aproximadamente 3 mil unidades populares.

Entretanto, a revisão do plano em 2024 revelou que a carência voltou a crescer, alcançando 4 mil unidades.

Atualmente, o cadastro municipal soma 28 mil famílias inscritas, sendo que 11 mil já atendem ao novo critério de 15 anos de residência.


Prefeito justifica a mudança

Para o prefeito Zezé Gomes, o endurecimento das regras é uma medida necessária diante da alta demanda e da limitação territorial do município.

“Hortolândia tem sido referência em habitação popular, mas isso também atrai famílias de outras cidades, o que não é sustentável. Precisamos priorizar quem vive aqui há mais tempo e contribuiu com o crescimento da cidade”, afirmou.

Ele lembrou que cidades vizinhas como Campinas, Sumaré, Valinhos e Paulínia já adotam exigência mínima de 10 anos de residência.

“Aqui ampliamos para 15 anos porque nossa realidade é diferente e exige medidas mais firmes para equilibrar oferta e demanda”, completou o prefeito.