
Magistrada indeferiu pedido alegando ausência de justificativa legal; advogado se manifestou em vídeo nas redes sociais
A juíza da Vara do Trabalho de Indaiatuba (SP) negou o pedido de adiamento de uma audiência feito pelo advogado Leonardo Henrique Alves da Silva, após a morte de sua estagiária, a jovem Kyra Luzyara de Andrade Barbosa, de 20 anos, vítima de um acidente de trânsito em Suzano.
O requerimento foi indeferido no dia 19 de maio, e a audiência ocorreu no dia 20, um dia após o sepultamento da jovem, que ocorreu em Mogi das Cruzes (SP).
Segundo o advogado, ele estava emocionalmente abalado e solicitou a redesignação da audiência, mas a magistrada argumentou que “não havia hipótese legal que justifique a redesignação da audiência”. O caso gerou repercussão nas redes sociais após o advogado divulgar um vídeo manifestando indignação com a postura da juíza (veja acima).
Audiência era referente a ação trabalhista
A audiência em questão era do tipo inicial, momento no qual são analisadas peças como defesa, perícias e demais trâmites preliminares. O processo envolve uma oficina mecânica de Indaiatuba e trata de denúncias de insalubridade, rescisão indireta e acúmulo de função.
Quem era Kyra Luzyara
Kyra cursava o 3º ano de Direito e atuava como estagiária no escritório de Leonardo desde janeiro de 2025. Ela era responsável por testes virtuais antes das audiências e atendimento prévio aos clientes.
A jovem faleceu na madrugada de 18 de maio, após o carro em que estava ser atingido por um ônibus em um cruzamento no centro de Suzano. No banco traseiro estava a amiga Thalita Marques dos Santos Leonardo, de 22 anos, que também morreu no acidente.
Condutor do carro admitiu ter bebido
O veículo era conduzido pelo namorado de Kyra, que sobreviveu ao impacto. De acordo com o boletim de ocorrência, ele tentou atravessar o cruzamento em alta velocidade e foi atingido por um ônibus. O motorista do coletivo não se feriu e testou negativo no bafômetro.
Já o namorado da jovem admitiu ter ingerido quatro latas de cerveja, mas recusou-se a realizar o teste do bafômetro e a coleta de sangue. Um exame clínico indicou sinais de ingestão alcoólica, sem alteração psicomotora.
Prisão em flagrante e investigação
A Polícia Civil determinou a prisão em flagrante do condutor por homicídio culposo (quando não há intenção de matar) e lesão corporal culposa. O caso segue sendo investigado.