Seis moradores de Hortolândia são alvos da Operação Baiuca, deflagrada nesta sexta-feira (16) pela Polícia Federal de Campinas. A ação tem como objetivo desarticular uma organização criminosa especializada em roubos de cargas e caminhões, além de crimes de lavagem de dinheiro.

A operação, que teve início às 6h da manhã, também ocorre em Campinas, Limeira e Paulínia, e mobiliza cerca de 120 policiais federais, com apoio de 35 guardas civis de Paulínia. Ao todo, estão sendo cumpridos 19 mandados de prisão temporária e 22 mandados de busca e apreensão.

De acordo com o delegado-chefe da PF em Campinas, Edson Geraldo de Souza, os mandados em Hortolândia foram direcionados a endereços residenciais. Um balanço com os resultados parciais da operação deve ser divulgado ainda nesta sexta-feira.

Além das prisões e buscas, a Justiça autorizou o sequestro de bens e valores estimados em R$ 1,75 milhão, incluindo imóveis, veículos e empresas ligadas à quadrilha — principalmente adegas e uma transportadora.

Quadrilha agia de forma violenta e estruturada

As investigações começaram em abril de 2024, com base em informações repassadas à PF e confirmadas pela Guarda Civil Municipal de Paulínia. A quadrilha era liderada por um morador de Paulínia e atuava em diversas cidades da região, com ações marcadas por abordagens violentas a caminhoneiros.

Os criminosos utilizavam armas de fogo ou simulacros para render os motoristas, que eram mantidos em cativeiro até a remoção da carga e do veículo. As mercadorias roubadas — especialmente bebidas e combustíveis — eram, em muitos casos, revendidas em adegas controladas pelo grupo, que também eram usadas para lavar o dinheiro ilícito.

Entre fevereiro de 2023 e dezembro de 2024, o grupo é apontado como responsável por pelo menos 22 crimes em cidades como Americana, Campinas, Cosmópolis, Jaguariúna, Limeira, Mogi Mirim, Monte Mor, Paulínia, Sumaré e Hortolândia.

Prisões e empresas investigadas

Dos 19 mandados de prisão, seis alvos já estavam detidos por outros crimes, como roubo e tráfico de drogas, e receberão as novas ordens nos presídios onde estão, em São Paulo e Minas Gerais. Ao todo, 15 pessoas físicas (14 homens e uma mulher) e sete empresas são investigadas — seis do setor de bebidas e uma de transportes.

Histórico da PF no combate ao crime

A Operação Baiuca é parte dos esforços de especialização da Polícia Federal no combate a crimes contra o transporte rodoviário de cargas. Desde 2021, a PF em Campinas realizou mais de 250 prisões e coordenou diversas ações de grande impacto, como as operações Rapina, Insídia, Malta, Ladinos e Hammare.

O nome da operação faz alusão a “baiucas”, termo usado para se referir a bares ou estabelecimentos de má reputação, refletindo o uso de comércios locais como fachada para a revenda de produtos roubados e para a lavagem de dinheiro do grupo.